Em geral, o interessante do tema da corrupção é que ele aparece como a boa razão política para não se fazer política. Sua narrativa resguarda uma dignidade fundamental. O indivíduo que a afirma diferencia-se do puramente alienado. O que me parece semelhante à situação do fracasso amoroso, quando terminamos um relacionamento por “amar demais” alguém.
NOTA #6 [19/05/2015] (RJ)
Acredito que o diagnóstico sobre o desinteresse da população pela política está correto. Porém, a ideia de que entre as causas esteja a “corrupção” me parece fácil. Talvez apressada. Como num país em que o “jeitinho” é uma instituição cultural, a corrupção seria a causa de nossa repulsa pela política?
Nota #12 [12/05/2015] (RJ)
Sobre os encontros que participei
Entendo que seja quase impossível, mas seria interessante – já que é improvável dar “reset” simplesmente no capitalismo, que a gente [a sociedade? uma sociedade] pelo menos pare as disputas para uma avaliação se vale a pena continuar [a primeira questão é entender a dimensão do que é “a gente”].
Afinal, “continuar” é mais do que uma palavra e o significado do conjunto “a gente”, não deve ser reduzido a uma crítica ou uma indireta a qualquer grupo, núcleo definitivo [mas definidor, talvez]. A primeira é uma palavra e meia. No que já se ouve, pensa, escuta e/ou sente “continuar”, ela já traz junto a sequência, o movimento, mesmo que seja para continuar no mesmo lugar ou continuar, continuar e continuar. Já “a gente” pode ser a civilização, o CEII ou o indivíduo e seus homúnculos.
Portanto, fico muito satisfeito do quanto há dedicação para que a coisa continue. |
NOTA #12 [21/04/2015] (RJ)
Do sujeito sem classe à participação social
As estruturas de comunismo tão sonhadas e quistas pelos movimentos sociais de fato é o que realmente é necessário ao coletivo e de fato vão gerar tal emancipação e derrubada dos muros entre classes, me pergunto. E a resposta que encontro em minhas indagações é que a utopia é linda no campo da ideia ideal, porém na arena prática creio que não, imagine o seguinte fato será que todas as pessoas do planeta querem estar diariamente militando escrevendo textos, fiscalizando as ações de governos e tudo mais, fica até um “saco” né? Pois bem o estudo da ideologia e qual vertente deve ser tomada para o caminho do comunismo dar certo pelo mundo passa pela reconstrução do que é a filosofia do comunismo, não na sua forma mais romântica mas sim na sua forma mais pragmática.
Nota #5 [19/05/2015] (RJ)
https://www.facebook.com/revoltadosonline/videos/1183461121680438/?fref=nf
NOTA #12 [28/04/2015] (RJ)
A chave
E qual a chave de abertura para o proletário de fato ser um vetor de mudança de contexto social no plano democrático, e não apenas um agente de quórum do democratismo plutocrata? O embate começa na dialética entre o ser social revolucionário versus proletário, pelo menos uma dicotomia elevada em sua máxima pela mídia, literaturas e outras fontes de circulação de informação, porém esse falso axioma se desconstitui constantemente nas mazelas da sociedade quando ambos se deparam com os mesmo problemas dos mais diversos, então qual o porquê de ambos estarem tão separados? Aí vemos uma digressão antropológica, histórica, econômica e outras que no liquidificador do sistema social se tornam tão próxima e tão distantes ao mesmo tempo.
NOTA #11 [12/05/2015] (RJ)
A palavra Comunismo, significados e dialéticas.
Talvez o texto apresentado na reunião de 12/05 (Jean-Luc Nancy) sirva para mostrar quantas formas de se abordar tal palavra e tais possíveis entendimentos, enfim, ao se “ressuscitar defuntos” temos uma base que possivelmente tudo que sabemos a respeito desse termo não tem nada haver com aquilo que ele queria expressar ao seu ideal ou pelo menos ideia e de fato os intelectuais de nosso tempo ainda tentam adaptar o termo ao nosso contexto temporal.
A relação de ser propriedade, comum e próprio é o maior percalço para se exprimir um conceito norte da temática é principal desafio para de fato usar esse signo linguístico como uma ferramenta de emancipação, luta de classes e etc.
Nota #11 [28/04/2015] (RJ)
A repetição…
Nota #4 [19/05/2015] (RJ)
Sobre a questão do partido-movimento, é preciso considerar algumas tendências nesta nova estratégia política:
1) Se insere num contexto de profunda crise econômica em que se inserem as regiões/estados que passam;
2) Representa o impacto numérico do voto da juventude, parcela da população sempre mais afetada em contextos de crise;
3) Manifesta sempre a adesão a uma estratégia político-comunicional voltada para o uso da Internet como ferramenta de construção de esfera pública oposicional (Negt e Kluge, 1993).
É o que podemos observar na recente vitória do que a imprensa chama de “partidos alternativos” na Espanha.
BBC Brasil – 25/05/2015
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/05/150525_eleicoes_espanha_bipartidarismo_rm.shtml?ocid=socialflow_twitter
Partidos alternativos colocam em xeque bipartidarismo na Espanha
Com a Espanha afundada em uma crise econômica que já dura seis anos e quase um quarto da população vivendo no desemprego e indignada com uma série de escândalos de corrupção, parte do eleitorado espanhol resolveu romper com o bipartidarismo que dominava o país há décadas.
Apesar de continuarem sendo as siglas mais votadas, os conservadores do PP e os socialistas do PSOE perderam mais de 3 milhões de votos e viram sua fatia do eleitorado cair de 65% a 51% em apenas quatro anos.
A grande beneficiada da mudança foi a alternativa de esquerda ligada a movimentos sociais e de protesto contra a austeridade, vencedora em Barcelona e que depende apenas de uma provável coalizão com o PSOE para assumir também a prefeitura da capital, Madri.
Nota #11 [21/04/2015] (RJ)
De acordo com o que nós viemos discutindo desde o final do ano passado até agora, inúmeras são as tarefas que tomamos para conosco. É fato que elas demandam e exigem de nós um tempo e um esforço “além” do que seria o ritmo normal do CEII. Mas será que isso é realmente algo que tenha que ser levado em consideração? O tempo do CEII? Qual é o tempo do CEII? Acredito mais do que nunca (cada vez mais) que o CEII tem um tempo que é tão mutável que sua identificação ou qualquer tentativa de inseri-lá no num quadro estático prejudica a análise (algo semelhante ao princípio da indeterminação de Heisenberg). Ao analisar os ritmos não conseguimos chegar a um padrão que seja útil para a identificação. Ora o CEII ferve, ora acalma… Esse seria talvez o ponto mais positivo do CEII no sentido de auto-criação, caminhando entre uma inércia e um ritmo liberal, caminhando entre as obrigações e o sujeito suposto fazer, caminhando entre arrecadações e organizações. Talvez, de fato, o que tiramos disso tudo é que vivemos num novo tempo, e o Círculo aparece como um verdadeiro sintoma. Caminhemos!